A Substack não é uma plataforma de newsletters. E nunca mais será.
O maior erro que todo mundo que escreve aqui está cometendo.
Achar que estamos criando textos inspiradores pra leitores cansados das redes sociais.
Isso é o Medium, bebê. A Substack é outra parada.
Flashback: Projac, 17 anos e um Fotostation
Eu trabalhei como fotógrafo para uma gigante da comunicação durante 17 anos. Fotografávamos tudo o que se mexia no Projac. Uma das pautas semanais era mostrar os convidados dos programas de auditório.
Ficava 5 horas clicando as gravações, voltava pra redação, subia as fotos no Fotostation, catalogava tudo e, no dia seguinte, as assessoras enviavam as fotos para jornais e revistas com o texto que escreviam pela manhã.
Sim, amores, isso existiu… rsrs
A selfie matou o fotógrafo still
Ali por 2015, 2016, antes de chegar no módulo Verde, distante 300m do Estúdio E — onde as gravações ocorriam — descobria no Instagram que minha foto feita segundos atrás já estava morta: era a selfie do Luciano Huck, abraçado com a Ivete Sangalo, que aparecia em todos os locais imagináveis.
Sozinhos, tinham mais seguidores que qualquer jornal e revista juntos.
O incêndio, o Príncipe e a virada de chave
Até que o Museu Nacional pegou fogo. E meio sem entender ainda o que estava fazendo, peguei meu Samsung S9, um microfone Rode e fui pra São Cristóvão na raça, tentando criar alguma matéria que não sabia nem onde publicaria, mas precisava seguir o meu flow mental.
Dei de cara com Príncipe Joãozinho, com quem tivera tardes agradáveis falando sobre fotografia em Corrêas, na casa de meu avô. Completa e propositalmente ignorado pelos jornalistas presentes, ele era um poço de decepção. Da zona de contenção, levantei o braço e o chamei. Ele sorriu:
"Renato, que tragédia!"
"Príncipe, eu tô trabalhando para o meu canal de mídia, poderia dar um depoimento?"
Não era um canal de mídia, era um perfil de fotografia, eu não entendia muito bem onde aquilo tava indo, nem mesmo os inscritos entenderam, mas eu precisava seguir o flow da minha mente.
Um vídeo, um Uber e um quase homicídio
O vídeo subiu instantaneamente pra rede, onde um editor amigo já trabalhava na edição. Soube que na Cinelândia haveria um ato contra o incêndio. Fui de Uber pra lá.
Quase filmei um homem ser assassinado por “violência contra a mulher”, quando, na verdade, fora vítima de uma tentativa de roubo do celular. A minha gravação o ajudou com os policiais.
Quando você percebe que não precisa mais de um CNPJ gigante

O vídeo explodiu minha cabeça e, com certeza, selou minha saída da empresa. Porque passei a acreditar que eu, sozinho ou com enxuta equipe, poderia ser uma central de notícias mais ágil que os mastodontes da mídia tradicional.
Mas o vídeo sozinho era pouco. A descrição no YouTube era pequena e nunca lida. Os blogs tinham desaparecido. Ainda faltava alguma coisa que pudesse reunir vídeo, áudio, foto, texto, opinião e até contar com vozes de especialistas de qualquer outro lugar.
Essa “alguma coisa” é a Substack: uma central de mídia coletiva e independente, a peça que faltava.
Hoje eu poderia clicar em “restack" numa matéria escrita por um bombeiro do 11 de Setembro e complementar a minha história — e ele nem ficaria sabendo, nem seria pago pra isso.
Chega por e-mail, app e redes sociais. Não depende de engajamento forçado via comentários ou hackzinho. Não é interação. É curadoria e informação.
Fato: a revolução não será televisionada
Hoje temos uma ferramenta capaz de nos fazer disputar com os grandes. E a prova tá aí: meus links nas primeiras posições de busca, à frente de gigantes com grana, equipe e prestígio.
Sozinho? Nunca.
Com vocês, sempre!
Caso queira entender o alcance do que é a Substack, veja esse projeto avançado deles junto com a The Free Press, recomendo!
Só não entendi o que as pessoas na foto da capa estão fazendo com as mãos na parte de trás da máquina de escrever!
Sensacional, mestre visionário!