O Número-Guia do flash: o único caminho.
Como esse poderoso conceito abre as portas da compreensão de qualquer iluminação
O que é o Número-Guia?
É a única forma de descobrir a exposição do seu flash portátil ou de estúdio.
O Número-Guia (NG) expressa, em linguagem fotográfica, a relação entre a intensidade e a distância de uma fonte luminosa, é a Lei do Inverso do Quadrado da Distância aplicada na fotografia.
Sua fórmula é uma multiplicação simples, junta o conceito de abertura, o primeiro aprendido em fotografia, com o de distância.
número guia = abertura x distância do flash ao assunto
A razão é bem simples: de todas as unidades possíveis de serem usadas, Deus decidiu que a intensidade da luz variaria apenas com a distância. Podia ser com a velocidade, com a temperatura, pressão, tempo, mas Ele escolheu a distância.
Paciência..rs...ainda elevou ao quadrado, para deixar claro que era importante.
No vídeo abaixo eu mostro como o número guia também é capaz de dimensionar todo o equipamento de um estúdio, já dá para começar a pensar na resposta:
Um espaço de 5 metros de comprimento fotografando modelos em f/4, precisaria de qual número guia no flash?
número guia = abertura x distância do flash ao assunto
Uma reflexão necessária:
Não há um só parâmetro fotográfico cuja representação não seja numérica.
Abertura, tempo de exposição, sensibilidade ISO, carga e posição dos flashes, distânciais focais, ângulo de visão, profundidade de campo, lei do quadrado inverso...São todos números, alguns deles, frações de números.
O número-guia é a repetição de um conceito conhecido. Não deveria ser motivo de tranquilidade?
O número que controla a luz artificial é a simples repetição de outro que controla a iluminação natural
Que bom, né?
Multiplicar maestria gera mais maestria, a iluminação com flashes e tochas é a continuação de uma mesma prática.
Há uma razão para isso: depois de estar confiante com o manejo da luz natural, você decide controlar melhor a sua iluminação, compra flashes ou tochas e a transição de um mundo para o outro é suave, o intuito é manter a confiança em alta mesmo.
Muito do que se faz em um estúdio é replicado da natureza, dos pontos por onde o Sol passa durante o dia.
Fiz uma aula para os membros do meu canal do Youtube, as reações foram incríveis, muitos fotógrafos não tinham feito a relação como descrevo no vídeo.
Eu quero que essa apresentação completa seja sua, é um presente meu, quero muito que você entenda a forma bonita e simples como vejo tudo isso e troque uma idéia comigo, lá no fim da apresentação eu te mostro como.
Clica na imagem para o download gratuito e me diz se não te ajudou
Mito #1 - Você usa a Lei do Inverso do Quadrado?
Pronto, eu tava indo bem, não estava? Foi só mencionar o inverso do quadrado e você travou na cadeira. É exatamente essa a primeira generosidade do número-guia, em vez de te obrigar a decorar uma fórmula assim:
I= 1/d²
Faz você compreender outra assim:
10 = 5 x 2
Um flash, cujo número-guia é 10 m, precisa ficar a 5 metros de distância do assunto quando sua lente estiver em f/2. Essa é a informação valiosa!
Aberto demais? Fecha para f/10 e aproxima a luz para 1 m, ou usa em 2,5 metros com a abertura f/4.
O número-guia consegue fornecer de uma vez todas as distâncias e aberturas de que preciso e não a variação da luz em relação a uma intensidade original desconhecida.
Do que te adianta saber que em 3 metros a luz terá 1/9 da intensidade original? Eu não tenho a intensidade original, justamente ela que está fazendo a minha foto.
É o lado obscuro da matemática: a fórmula não te dá a resposta, só prova que ela é única. A lei do Inverso do quadrado explica fisicamente um fenômeno, o número-guia o traduz para a fotografia.
O real mistério da Lei do Inverso do Quadrado surge quando a maioria dos vídeos que a explicam, param.
Escrevi outro post excelente mostrando a forma simples de entender como o Número Guia substitui essa lei de uma forma mais benéfica para o fotógrafo, recomendo muitíssimo a leitura e os vídeos. aula gratuita, clica no link
Mito #2: Número guia é a “potência do flash”
A mãe de todos os males, a idéia de potência provocou sem querer uma devastação na compreensão luminosa.
A língua inglesa tem uma palavra específica para potência: "power".
Aparece sempre nas especificações técnicas dos equipamentos, mas quando os manuais se referem às intensidades luminosas, usam o termo "flash output level", ou seja, o nível de saída do flash, a carga.
Um flash de 300W não informa nada para um fotógrafo, além de que transforma energia elétrica em luz 3x mais rapidamente do que um de 100W.
Potência mede a taxa de transformação de uma energia, ou seja, para fotografar corretamente essa reação, você precisa saber a que distância ela está ocorrendo. (Guarde essa idéia, eu vou precisar mais abaixo, ok?)
Mito #3: "É tudo igual, tá todo mundo entendendo"
Dois grandes problemas na afirmação acima: não é tudo igual e ninguém está entendendo, o número de fotógrafos iniciantes com dúvidas importantes explodiu depois de 2019, justamente quando houve um boom de “especialistas” no Youtube.
Um conceito que mede o alcance da iluminação do flash não pode ser igual a outro que mede a variação de sua energia, com unidades diferentes, eles se relacionam, mas não são idênticos.
A idéia de que “fotografia é arte” e “não existe certo e errado em fotografia” protege apenas a ignorância. Você tem a liberdade de achar que irá voar se saltar da janela, mas a realidade é um choque mortal no chão a 9,8m/s².
Em uma arte regulada por conceitos numéricos rígidos, é justamente por haver uma margem física e outra matemática que sua prática se transforma em um rio veloz e caudaloso, sem elas, você é pura inundação.
Número-guia é expresso em metros, a potência em Watts.
Como você espera retirar o máximo de uma ferramenta se o conceito que a define está errado?
Mesmo com a crescente facilidade de informação, a maioria dos usuários relata a mesma coisa: " falta algo" que conecte tudo o que eles ouvem espalhado por aí.
A quantidade de aproximações é tão grande em cada conceito que a teoria não se completa sozinha, a lacuna não é tida como uma falha, mas necessária para a "liberdade criativa".
Eu penso radicalmente diferente, nada pode ser mais criativo do que o conhecimento.
Esse pensamento me deixa sereno e estimulado ao mesmo tempo, bem diferente da ansiedade e preocupação quando achava que a teoria era uma cerca rígida.
Não conhecer pode ser uma benção, mas conhecer profundamente é outra muito melhor.
Mito # 4: Tem que fazer muito cálculo
Tinha no passado, é verdade, mas não tem como, né?
O número-guia é uma multiplicação, para se encontrar 1 dos 3 valores, é necessário dividir os outros 2 ( por pura explicação da teoria, na prática não é necessário conta alguma)
distância = NG / abertura ou abertura = NG / distância.
Tinha conta sim, por isso nossos avós e pais abandonavam o flash em favor da luz natural e provavelmente isso ficou na sua cabeça, tanto quanto professores das antigas que detestavam o flash.
Além de estarem cada vez mais amigáveis no uso, hoje os flashes usam o número guia para calcular a carga mais rapidamente que qualquer um de nós.
A grande verdade é que não é necessário NENHUM cálculo!
A tabela abaixo eu fiz com o painel do meu flash SB-700, fui de f/4 até f/22, o próprio flash em segundos me passou as informações, veja abaixo:

Mito #5: Não compreenda, decore.
Embora ofereça segurança determinando todas as distâncias para cada abertura, o número guia afasta o fotógrafo do achismo, mas permite o vício com o outro lado da mesma moeda: o tecnicismo. Cuidado com isso!
No xamanismo dos chutes, em vez de explicar o conceito, os críticos do número guia sugerem sua troca por uma decoreba insossa:
"para cada duas aberturas, dobra-se a distância"
Dá uma olhada na tabela acima, ali também para cada duas aberturas a distância dobra. A decoreba sem graça é apenas o desdobramento lógico do conceito, simplesmente porque não há como escapar dele!
Olha o Número Guia sempre guiando serenamente, não há como ser diferente!
Aliados surgem no tecnicismo dos outros críticos: alguns modelos de flash quando testados com um fotômetro apresentaram uma diferença de 1 ou 2 pontos para o esperado pela a fórmula.
No vídeo abaixo eu mostro como você pode fazer esse teste:
Quando o fotômetro é colocado na sua modelo em 3,5 metros, a abertura não é f/8, mas f/5.6, ou seja, seu flash afirma ser um sabre de luz, mas não passa de um canivetinho mixuruca? Você foi enganado pelo fabricante?
Sim, algumas marcas chinesas tem mania de fazer isso, chutar para o alto os valores de seus números-guias, mas as japonesas não ficam atrás, escamoteiam o conceito usando ISOs mais altos ou o zoom mais fechado da cabeça do flash.
Ele se aproveitam de uma brecha necessária a todo o sistema, uma velha conhecida sua: a discordância de um padrão, explico no ( excelente) post abaixo
Toda a teoria sobre o número-guia e o método que eu desenvolvi para descobrir a carga de qualquer flash em 3 segundos podem ser adquiridos em 2 ebooks únicos em lingua portuguesa, eu revelo conhecimento que jamais foi visto na internet e da melhor forma:
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O que ninguém te revela é que mesmo com tudo perfeito, todas as medições batendo no fotômetro, o fotógrafo é o senhor da imagem e pode discordar da leitura, abrindo e fechando o diafragma para variar o contraste da cena, sem mexer na distância.
Lembra que comentei que era a mesma prática? Você não discorda e compensa a leitura do fotômetro na luz natural?
Pronto! Costume preservado.
Mito #6: Você precisa de um fotômetro!
Fotômetros são ótimos, eu adoro usar um, principalmente quando há mais de uma luz no estúdio, cravo o contraste entre elas com perfeição.
Fotômetros também informam a abertura certa para uma dada distância, é a mesma linguagem do Número Guia, e não pode ser diferente, é a única forma de comunicar isso para um fotógrafo.
A grande vantagem dos flashes dedicados é que eles são um fotômetro tão preciso quanto qualquer outro, estão com você o tempo todo e informam cargas e distâncias em um painel iluminado a 2 centímetros de distância dos seus olhos.
Há quem ache isso um problema, eu acho um barato!
É proposital, para acostumar o fotógrafo iniciante na linguagem da luz, preparando-o para a chegada das tochas de estúdio e todos os modificadores e suas variações.
Mito# 7: Você aprende sozinho na internet
Sim, especialmente com a minha ajuda: eu escrevi os únicos ebooks em português sobre o assunto, são mais de 130 páginas detalhando toda a teoria no livro Número-Guia, manual prático" e a parte "mão na massa" do conceito no "Como descobrir a carga do flash em 3 segundos".
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-Entender as variações de posição dos tripés de luz
-Descobrir como a luz se distribui na foto
-Dimensionar o seu estúdio e equipamentos
-Fazer fotos excelentes com o mínimo de equipamento
Conclusão
Esqueça um pouco a imobilidade dos "três pilares da fotografia" e encare abertura, tempo e ISO como exercícios para se entender como a lógica funciona para o momento onde ela é mais necessária: iluminar a história que você está contando com sua imagem.
O mérito do Número Guia é sofisticadamente simples: amarra todo o conhecimento sobre o comportamento e o posicionamento da luz, sobre o uso dos modificadores e da dinâmica de um estúdio em uma forma que só os fotógrafos conseguem entender:
um número.
Mantém o padrão com que ele está acostumado e proporciona um leitura imediata de todas as informações de que precisa, permitindo ajustes significativos sem variações nos tripés de iluminação.
Quero te ouvir, vai ser muito bom ler seus comentários ao fim do texto, eles ajudam a ampliar o conhecimento do post, obrigado por participar!
Abraços
Parabéns Renatão. A clareza fantástica com que você explica, um conceito antigo, que tem sido esquecido e ou muitas vezes pessimamente ensinado, é excelente.
Parabéns pela virada de Copérnico da Fotografia.